We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.

Entropia Humana Final

by Sad Theory

/
  • Streaming + Download

    Includes unlimited streaming via the free Bandcamp app, plus high-quality download in MP3, FLAC and more.
    Purchasable with gift card

      $4.99 USD

     

1.
Um par de sapatos Um espelho quebrado Uma carta sem destino Flores desbotadas Numa mala de couro, no fundo de um sótão Paredes enegrecidas de um velho asilo Vidas apagadas, memórias esquecidas Rostos desconhecidos naquela velha fotografia Pacientes trancados pelo resto de suas vidas A noite chegou O fim de suas jornadas Entre aqueles muros... Suas lembranças foram sepultadas E as luzes se apagaram Lágrimas secas, atravessando os tempos Você ainda pode ouvir os seus suspiros?
2.
Antífona 04:06
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas!... Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras... Formas do Amor, constelarmente puras, De Virgens e de Santas vaporosas... Brilhos errantes, mádidas frescuras E dolências de lírios e de rosas... Indefiníveis músicas supremas, Harmonias da Cor e do Perfume... Horas do Ocaso, trêmulas, extremas, Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume... Visões, salmos e cânticos serenos, Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes... Dormências de volúpicos venenos Sutis e suaves, mórbidos, radiantes... Infinitos espíritos dispersos, Inefáveis, edênicos, aéreos, Fecundai o Mistério destes versos Com a chama ideal de todos os mistérios. Do Sonho as mais azuis diafaneidades Que fuljam, que na Estrofe se levantem E as emoções, todas as castidades Da alma do Verso, pelos versos cantem. Que o pólen de ouro dos mais finos astros Fecunde e inflame a rima clara e ardente... Que brilhe a correção dos alabastros Sonoramente, luminosamente. Forças originais, essência, graça De carnes de mulher, delicadezas... Todo esse eflúvio que por ondas passa Do Éter nas róseas e áureas correntezas... Cristais diluídos de clarões álacres, Desejos, vibrações, ânsias, alentos, Fulvas vitórias, triunfamentos acres, Os mais estranhos estremecimentos... Flores negras do tédio e flores vagas De amores vãos, tantálicos, doentios... Fundas vermelhidões de velhas chagas Em sangue, abertas, escorrendo em rios... Tudo! vivo e nervoso e quente e forte, Nos turbilhões quiméricos do Sonho, Passe, cantando, ante o perfil medonho E o tropel cabalístico da Morte...
3.
Maestro 06:41
Genialidade exacerba notas Ensinos da vida ardil Sentimentos confusos Em mente original e nervosa Maestro sóbrio Turbilhão de sons Maestro sóbrio Vento impetuoso que sopra Expurga o fel da vida Amedronta o outro Com a mais pura desgraça Fúria venosa Entrega na mais nobre das artes O cuidado na peça musical Expressa sentimentos fortes Na magistralidade das cordas Extraordinária paixão – passamento
4.
Inanição 06:55
Infinita campina de ermo Que outrora transbordava grão Um povo talhado enfermo Drenado de todo o seu pão Comissários fiscais da miséria Vasculham gavetas e frestas Empunham caretas infestas Esbaldam festiva pilhéria Marasmáticos homens inermes Inchados por parco aporte Aguardam, assim como os vermes A lenta chegada da morte Opostos na vasta planície Burocratas brindam em júbilo Força de aço, dedos em riste Triunfo do estandarte rubro E o que primeiro perece Provê alívio ao segundo Que a seu instinto obedece Em um canibalismo imundo Crias no limite da vida Nutrem pais barbarizados E pais com prudência devida Deixam órfãos abandonados Peste! Guerra! Fome! Morte! Cadáveres povoam as ruas, As casas, e os descampados Despejados em covas cruas Sem datas, nomes apagados E o silêncio domina os campos Tomados por erva daninha Ensurdece todos os santos A humanidade definha...
5.
De belicoso caos pavimentou-se O leito vil de um rio austero Que em implacável purga trouxe O alvorecer de um novo clero Avenidas afora, moradas adentro A nova palavra vai sendo marcada Brasa na pele em diverso intento Ou tinta de pena em tábula rasa Tropa de choque na zona de risco Ufana utopias em ricas ideias Afã guerreiro de nobre patrício Dragonas vãs das massas plebeias O cânone novo se torna total Os antagonistas se entocam, à míngua Tremores de pânico, temor sem igual Cautela mortal a deslizes da língua Vícios puros do caos construtor Emergem e ofuscam a vitória da fé Expurgados serão num golpe indolor Com nenhum ímpio restando em pé Apagadas da história, obliteradas Rasgadas as páginas torpes, imundas Extirpado o cancro de eras findadas Com punhais longos, feridas profundas
6.
Cadenciado trote de um predador um denso olhar, absorto em lascívia desvelado sadismo em aroma de flor ceifador estoico da alma à deriva Fronteira final de arame farpado torres, fuzis, chicotes e fornos profano curtume de pele em adornos carcassas magras deixadas de lado A cadela preda, lançada a sorte! A cadela treda, emissária da Morte! Lâmpadas, luvas e capas de livros tingidas da dor, do ódio e do medo desses figurantes de fúnebre enredo apinhados em celas e esfolados vivos Olhares abaixo, evitando o contato a amazona irascível circula altiva luxúria infernal a procura de tato da ponta do açoite com a carne viva Espólios provindos da vil libação enfeitam e encantam a densa floresta um ranço terrível de putrefação e o eco eterno do Mal que a infesta...
7.
Occipício 05:20
Quietude crepuscular perece Ante o murmúrio infernal de pás Tal qual lamúria final da paz É refratário a toda prece Autofagia eslávica arranjada Diplomacia perversa em curso Sob o olhar do férrico urso, Sob artilharia pesada Acordo funesto, moribundo Semeia a terra pátria Escavadeiras, valas e defuntos Inovando em covardes táticas Semblante frio, pequenino Ondas de pânico emergem Forjados laços divinos Todos os mortais arrefecem Caçambas lotadas Almas condenadas Espíritos quebrados Destinos selados Abafado, rítmico estouro Conteúdo cranial espalhado Corpo espasmando, sangue coagulado Entremeado a cabelos louros Cômodo a cômodo a argúcia Desvenda esse tétrico som Do carrasco em pleno frisson Que aduba o chão da Mãe Rússia Paredes reforçadas Braços fadigados Projéteis deflagrados Occipícios perfurados Enfeites inermes, criados da guerra Adornam toda a necrópole, violados, nus Um dia árduo de trabalho que se encerra Logo ao primeiro, libertador, feixe de luz
8.
Ecos distantes de um choque de ideias Engajamento indireto por procuração Civis em lavouras, nos campos de grão São trutas inermes num mar de lampreias Batalha assimétrica em selvas e ruas A águia os preda,planando nos céus Regurgita chamas, fatídicos véus Que queimam mulheres e crianças nuas E a selva castiga com duras lições Os jovens recrutas alheios a tudo Abandonarão seus lençóis de veludo Para perecer sob o ar das monções O Sol se aponta, uma nova incumbência Hienas do tédio sedentas por sangue Perfilam-se e seguem, como uma gangue E rumam à morte de toda inocência E patos e bois e anciãos e infantes E pais e esposas e tudo o que vive São alvos de armas de grosso calibre E nada mais seguirá como antes E os corpos enfeiam a bela paisagem A tímida aldeia se cala para sempre A águia dá a luz ao Mal em seu ventre E voa para casa em tranquila viagem
9.
S-21 03:49
Clarão fustigante na mata cerrada Rebentos zelosos de uma nova ordem A essência do homem é remodelada Ordália brutal, malogros que eclodem E busque-se e mate-se o nefelibata Pois a redenção se dará pela terra Queime-se o sábio, enterre-se a prata Purifique-se o ar por meio da guerra Um êxodo urbano rumado ao abismo Pilhas de corpos por todos os lados E todas as formas de iluminismo São pontos de mácula a ser expurgados Selva adentro, tortura-se a todos Sala de aula tornada em masmorra Brasas, grilhões, pás e eletrodos Entregue seus pares, definhe e morra Fluxo imenso, maná para as feras Retratos de internos desesperados Gritos de dor que ecoam por eras Pelos corredores mal-assombrados
10.
Free inside Of a darkened room Double side... Free inside Of an unforgettable mind A burning star King of death The burning star King of death Give it to us Kissing our heads Who has been living here Who has afraid of living... They've learned how to breath despair They will die to live there Poor, epidemic civilization The end is near Continuous cycle of destruction Becomes a thief Of our own mass Words in pieces They'll be consumed A collection of corpses Pick up one of them
11.

credits

released December 27, 2017

license

all rights reserved

tags

about

sadtheory Curitiba, Brazil

Death Metal from Curitiba, Brazil

contact / help

Contact sadtheory

Streaming and
Download help

Report this album or account

If you like Entropia Humana Final, you may also like: